Valdemar Dória, nascido em São Tomé e Príncipe em 1974, emigrou ainda criança para Lisboa, Portugal, com a mãe. Na capital portuguesa, concluiu os estudos e descobriu o desenho, que rapidamente se tornou uma paixão e o seu caminho futuro. Durante a escola, enchia todos os cadernos com os seus desenhos, uma prática que evoluiu e, hoje, os seus diários gráficos transformaram-se em autênticas obras de arte, repletas de narrativas autobiográficas e memórias visuais únicas.
Artista talentoso, compulsivo e com uma veia criativa inata, Valdemar Dória utiliza o desenho como o seu mais poderoso meio de expressão. O seu traço é único e encontra inspiração em tudo o que o rodeia, transformando qualquer superfície, até mesmo eletrodomésticos, em suportes para as suas criações. Para ele, tudo pode ser um suporte, e qualquer suporte serve para desenhar. Ao longo dos últimos quinze anos, Valdemar desenvolveu uma série de desenhos que refletem esta visão única.
Maria João Mota, antropóloga e professora universitária, que tem acompanhado o percurso do artista, afirma: “Ele identifica-se e representa a cultura de São Tomé e Príncipe através da ausência temporal e da distância geográfica que sente em relação ao contexto urbano lisboeta do seu quotidiano e nas práticas que, tal como o criativo, lhe lembram o seu país natal."
Desde 1994, Valdemar Dória tem exposto regularmente o seu trabalho artístico em África e em Portugal, com destaque para a sua participação na Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe, em 2011 e 2012.
É membro fundador da Plataforma Cafuka.