Conjuntos musicais
Rota Descrição
Os primeiros grupos deste género começaram a aparecer em São Tomé e Príncipe nos finais dos anos 1950 e inícios dos anos 1960. Dos agrupamentos acústicos, que os antecederam, distinguiam-se, principalmente, pela sua composição – os instrumentos escolhidos –, que resultava numa nova sonoridade. Isto possibilitava um outro tipo de arranjos musicais, o que levou à introdução de novos géneros musicais. Os instrumentos de cordas friccionadas deixaram de ser utilizados. Apareceu a bateria que, juntamente com os instrumentos de percussão, constituiu a secção rítmica de todos os grupos. A partir da segunda metade dos anos 1960, começaram a ser utilizadas guitarras elétricas (Amado, 2010: 51). Nos finais dos anos 1960 começou a chegar às ilhas equipamento elétrico de amplificação, o que revolucionou não só a forma de tocar a música, mas, também, a parte de produção de um evento musical, que se tornou mais complexa.
Como se pode constatar com base nas gravações e em alguns registos fotográficos, ocorreu uma fase transitória, em que surgiram os grupos já diferentes dos anteriores, mas ainda não no formato que se fincou nos anos 1970.
Os conjuntos atingiram auge da sua popularidade nas décadas de 1970 e na primeira metade da década de 1980. Seguiu-se uma gradual, mas bastante rápida, dissolução. Nos anos 1990, mantinham-se ativas somente algumas de várias dezenas de grupos existentes nos anos anteriores.
Até agora, identificamos mais de 70 conjuntos musicais que existiram/existem nas ilhas, o que demostra a importância que a música tocada ao vivo teve anteriormente.
Texto: Magdalena Bialoborska Chambel
Entrevistas
Várias entrevistas realizadas desde 2013 em São Tomé e Príncipe e em Portugal.
Fontes
“A Voz de S. Tomé”
Arquivo Nacional de São Tomé e Príncipe
Arquivo da Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe
Bibliografia
Amado, Lúcio Neto (2010), Manifestações culturais são-tomenses. Apontamentos, comentários, reflexões, São Tomé, UNEAS.
Bialoborska, Magdalena (2016), ”Vungu Téla. Estudo da Música Santomense: Uma proposta de métodos, técnicas e objectivos”, Cadernos de Estudos Africanos, 32, pp. 97-122.
Bragança, Albertino (2005), A música popular santomense, São Tomé e Príncipe, UNEAS.
Chambel, Magdalena Bialoborska (2022), Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa.
Santo, Carlos Espírito (1998), A Coroa do Mar, Lisboa, Caminho.