Agrupamento Almense

O agrupamento Almense foi um dos primeiros grupos musicais deste género. A data do seu surgimento não é conhecida, mas, provavelmente, surgiu na primeira metade do século XX. O agrupamento era composto por três violas (Zarco, Acácio e Aladino Pontes), um violino (Junxá), uma flauta (Faleiro) e um bandolim (Dulce Aguiar) (Amado 2010: 39).

Importa destacar a participação de Dulce Aguiar [1], provavelmente, a primeira mulher santomense que integrou de forma continuada um grupo musical. A presença de mulheres na música de São Tomé e Príncipe sempre foi escassa. As mulheres praticamente não integraram os agrupamentos e conjuntos existentes entre os anos 1950 e 1990, nem como instrumentalistas, nem como vocalistas. Somente nos coros, de vez em quando, se ouviam vozes femininas (por exemplo, no agrupamento Filomena).

O grupo Almense foi extinto, provavelmente, nos finais dos 50.

[1] Dulce Aguiar nasceu em 1937, em Almas, e faleceu em 2008. Tocou bandolim no agrupamento Almense até ao nascimento dos seus filhos. Nos anos 1990, voltou à sua verdadeira paixão e atuou a solo na sala Francisco Tenreiro, assim como na embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe (Amado 2010, 39-42).

[Fragmento do livro Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência de Magdalena Bialoborska Chambel (2022: 186-187)]

Bibliografia

Amado, Lúcio Neto (2010), Manifestações culturais são-tomenses. Apontamentos, comentários, reflexões, São Tomé, UNEAS.

Chambel, Magdalena Bialoborska (2022), Dêxa puíta sócó(m)pé. Música em São Tomé e Príncipe: do colonialismo à independência, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa.

Imagens

Sem Título

Localização

Metadados

Magdalena B. Chambel, “Agrupamento Almense,” Mapa Cultural de São Tomé e Príncipe, acedido 27 de Abril de 2024, https://culturastp.com/registo/agrupamento-almense.